Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que sogue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo : "Fui eu?" Deus sabe, porque o escreveu.
Novas Poesias Inéditas.
Alberto Caeiro
Traducción: José Ángel Hernández
|
No sé cuántas almas tengo.
A cada instante cambié. Continuamente me extraño. Nunca me vi ni acabé. De tanto ser, sólo alma. Quien tiene alma no halla calma. Quien ve es sólo lo que ve, Quien siente no es quien es, Atento a lo que soy y veo, Me vuelvo ellos y no yo. Cada sueño o deseo, De lo que nace es, mío no. Yo soy mi propio paisaje; Asisto a mi pasaje, Diverso, solo y móvil, Sin sentirme donde estoy. Así, ajeno, voy leyendo Como páginas, mi ser. Lo que sigue no previendo, A olvidar cuanto ya fue. Fuera de lo que leí Lo que juzgué que sentí. Releo y digo: "¿Fui yo?" Dios sabe, pues lo escribió. |
lunes, 17 de junio de 2013
Não sei quantas almas tenho
Suscribirse a:
Enviar comentarios (Atom)
No hay comentarios:
Publicar un comentario