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viernes, 3 de junio de 2016

Vuelo nocturno-9


Tripulación de nuestro noveno Vuelo nocturno: Jorge Manrique & Amancio Prada, Manuel Lombardo, José Ángel Hernández, Gloria Fuertes & Aguaviva & Sílvia Comes, Lawrence Ferlinghetti & Paco Cumplan & José Luis Álvarez, Sylvia Plath & Amal Tarbift y Jorge Luis Borges & El Cabrero. Y los habituales Roberto Juarroz y (a partir del programa anterior) Antonio Porchia.
Pianista de guardia: Bill Evans
Piloto automático: Ferran Fernández
Personal de cabina: Lola Pérez-Montaut, José María Cumbreño, Amal Tarbift y Rocío Muñoz





martes, 9 de julio de 2013

Leaozinhos




Cuando Rio de Janeiro se vende y revende como la 'Ciudad Maravillosa', la futura sede de los Juegos Olímpicos cuenta poco de la Zona Norte, área deprimida lejos de atractivos turísticos y las exuberantes playas. Incluso para las ONG's es más fácil y accesible trabajar en favelas de la Zona Sur, la más privilegiada de la ciudad y donde la mayoría de comunidades están bajo control policial y uno no se encuentra con traficantes armados por la calle.

El presentador de 'Hoy empieza todo', en Radio 3, Ángel Carmona, llegó sin embargo mucho más lejos. Más de 30 kilómetros al norte de Ipanema, en la favela Parada de Lucas y bajo la vigilancia del tráfico armado, impulsó el proyecto Leãozinho, de clases de guitarra en la comunidad.

Varias generaciones de niños y jóvenes, 60 alumnos y 7 profesores -pagados por el propio Carmona con el dinero que recauda a través de conciertos benéficos-ultiman el ensayo para una actuación muy especial. En la calle se escuchan petardos avisando de que la policía está entrando en la favela. Los narcos no se dejan ver por ahora, pero nunca interrumpen las actividades culturales del CECAC.

El CECAC es el centro cultural creado por una especie de supermujer, heroína en la comunidad y conocida por todos los vecinos. Se llama Neuza y su idea nació el día que accedió a las peticiones de su hijo de entonces diez años de llevarle al baile funk, ritmo agresivo con cierta similitud al reggaetón y al hip-hop nacido en las favelas de Rio. No le gustaron unas letras demasiado sexuales y con apología a la violencia. Se dio cuenta de que no había otras alternativas culturales en la favela y empezó a organizar paseos a universidades, teatros o cines del centro de la ciudad con niños que nunca habían salido de Lucas. Tras los paseos, llegó el centro donde hoy se dan clases de idiomas, de guitarra o de informática.

Cuando Neuza y Carmona se conocieron, se enamoraron y surgió el proyecto Leãozinho. Ella pone el espacio (donde vive), la asociación paga a los profesores y consiguió una donación de siete guitarras de la Fundación Gibson. Los chavales y niños de la comunidad hacen el resto y el sueño de la música crece con fuerza en la comunidad.

Ángel Carmona, principal abanderado del proyecto, reparte como un torbellino su alegría de hombretón buenazo por toda la comunidad. Los niños le adoran. Intenta visitar anualmente la favela, pero este año llegó con una agradable sorpresa. El músico español Depedro, que saca nuevo disco la próxima semana, dio unas aulas extra a los chavales y tocó con ellos en dos conciertos.

El primero, una emotiva fiesta delante de un quiosco en la misma favela con decenas de niños enloqueciendo de la alegría de poder tocar ante su propio público o de poder jugar y saltar al ritmo de la música del español. El segundo, un concierto en el Instituto Cervantes que permitió a los niños y jóvenes sacar su duende fuera de la favela y en una de las zonas más nobles de la ciudad. Tan agradecidos estaban del calor que recibieron del público (muchos españoles residentes en Rio atraídos por Depedro), que lo devolvieron haciendo un improvisado pasillo en la puerta de la salida y aplaudiendo a cada uno de los espectadores.


Germán Aranda. Río de Janeiro. Publicado en El Mundo, 30/3/2013


jueves, 21 de junio de 2012

A los mineros





Para recordar a algunos lo que ha sido este trabajo y las circunstancias en que se desarrolla aún hoy en ciertos lugares.

Para denunciar la explotación y el maltrato de todos los niños del planeta, en una época en que tantos derechos humanos siguen siendo papel mojado en realidad.

Para vindicar la cultura, la poesía, la canción, la educación, la palabra… como herramientas legítimas de los que sufren, frente a la fuerza y la violencia de la injusticia.

Dejémosles la violencia como patrimonio a quienes viven por y para la injusticia. Enarbolemos la razón y la palabra como nuestras señas de identidad, hasta desarmarlos. Vamos despacio porque vamos lejos.

Comprendo perfectamente ese tono de orgullo con que se suele decir: mi padre es minero. Ante este panorama social, en el que tantos vividores a costa del sudor del de enfrente siguen ciegos a la angustia, siguen encapsulados en su propia usura... Yo también digo: mi padre fue minero.








jueves, 26 de abril de 2012

Grândola Vila Morena... porquê a canção de Abril





«Conto esta história na primeira pessoa, porque é a narrativa de uma experiência de vida difícil de esquecer…

Há quem pense que foi a letra que fez do “Grândola” a canção escolhida para “senha de avanço” na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, que foi o poema ou a figura de José Afonso, per se… mas não… se tudo isso pesou, e pesou decerto, a composição do Zeca tornou-se o símbolo da revolução dos cravos por um significado maior, que adquiriu menos de um mês antes. Foi num acontecimento em que participaram muitos portugueses, de forma espontânea, mas que passou relativamente despercebido na comunicação social de então, nesses tempos em que a Imprensa, para falar de certas coisas, tinha que fazê-lo “nas entrelinhas”…
Estava-se em Março de 1974.
A Casa da Imprensa organiza, no Coliseu dos Recreios, o “Primeiro Encontro da Canção Portuguesa”.
Quase não aconteceu, porque a necessária autorização nunca chegou. Segundo declarações de José Jorge Letria à Visão, trinta anos depois, “O regime já estava nitidamente em fase de implosão. Quiseram derrotar-nos não com uma proibição do Festival, mas com uma não-resposta. Até ao dia do espetáculo ainda não sabíamos se tínhamos, ou não, autorização. Por volta das 17 e 30 do dia 29, quando cheguei ao Coliseu, já havia muita gente à volta, e ao fundo da Avenida da Liberdade lá estava a polícia de choque… estava a desenhar-se ali um confronto!”
O ambiente no país era tenso: menos de duas semanas antes tinha ocorrido o golpe frustrado de 16 de Março, a censura dominava.
Eu trabalhava então como repórter free-lancer para o programa “Limite” da Rádio Renascença (o tal que tocou o “Grândola Vila Morena”) e fazia em média seis reportagens de exteriores por semana, com não mais que uma a passar as malhas da censura.
Nessa noite, fui ao Coliseu, armado de gravador e uma grande vontade de ouvir as vozes que os censores da rádio baniam.
O ambiente era quente, a despeito de uma primavera ainda fria… os bilhetes tido sido todos vendidos e houve quem ficasse à porta. O Governo fez deslocar para o Coliseu muitos agentes da ex-PIDE, que então se chamava DGS, misturados com os espectadores.
A primeira coisa que vi quando cheguei foram dois cavalheiros da censura a verificar as letras do que ia ser cantado – o visado era Adriano Correia de Oliveira, depois seguiram-se todos, sem exceção – o Zeca lá conseguiu ordem para cantar o Milho Verde e uma música alentejana que não pareceu perigosa aos senhores do lápis vermelho, o “Grândola”…
Do palco, a música abraçou um Coliseu com cerca de sete mil pessoas.
Ali estiveram Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo, Pedro Almeida, Fausto, Barata Moura, Vitorino, Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso, Carlos Paredes, José Jorge Letria e Manuel Freire.
Tudo foi normal até à chegada ao palco do “cantor andarilho”. Zeca cantou o Milho Verde e a plateia pediu as canções que mais gostava… “Os Vampiros”, foi um grito que ouvi várias vezes.
Nessa altura, decidi sair dos bastidores e fui para a plateia, gravar tudo mais de perto.
José Afonso ia dizendo que não podia cantar o que o público queria… “Não pode ser, percebam… vamos cantar outra coisa”…
Foi então que se começou a fazer História.
Zeca cantou o Grândola. A meio, a plateia juntou-se-lhe, depois o resto do Coliseu, e também os artistas que tinham estado em palco – voltaram, deram-se braços, cantaram juntos, numa fila que enchia a boca de cena.
A canção estava no fim, por essa altura… e foi natural que nem chegasse a terminar, recomeçando agora a sete mil vozes!
Eu corria de pessoas em pessoa, recolhendo testemunhos que não conseguia ouvir, microfone encostado às bocas…
O som era avassalador, uma música simples, uma letra que todos sabiam, sete mil peitos em riste… até àquilo que foi a mais impressionante manifestação espontânea que assisti em toda a minha vida!
Já o Grândola ia em fins de segunda volta, aconteceu o inesperado…
… a certa altura, em vez de a música continuar alentejana, o próximo verso foi o primeiro do Hino Nacional – assim, sem pausa, sem transição, sem que ninguém tivesse dito nada… parece que foi um sentimento coletivo que sete mil pessoas tiveram!
Grândola Vila Morena transformou-se em Heróis do Mar e foi cantado da primeira à última estrofe, sete mil portugueses de pé a fazer vibrar a sala com o hino da pátria amordaçada, numa repentina liberdade assumida ali e então.
Nada poderia ter sido mais claro, nenhum grito faria mais sentido.
Foi um momento que ficou escrito em letras de memória para quem lá esteve, um momento inolvidável, uma pedra de História.
Tinha nascido a razão maior por que “Grândola Vila Morena”, menos de um mês depois, se tornaria a escolha natural para uma senha que iria abrir as portas a um país novo!»


Pedro Laranjeira
-publicado en Freezone.








domingo, 3 de julio de 2011

Obsolescencia programada. Comprar, tirar, comprar.






El tema ya estaba analizado en Marvin Harris, La cultura norteamericana contemporánea. Una visión antropológica, 1981. Pero la función social de la ciencia no está entre los debates al uso. ¿A quién acaba sirviendo la investigación social y de todo tipo?

No basta con desvelar, aunque sea imprescindible. Autoconvencimiento, coordinación (fortalecer el tejido social asociativo independiente y horizontal, con valores firmes de respuesta y expresión pacífica, ética, solidaria...) hacia una mayor coherencia personal y colectiva... Hilvanar al mismo tiempo el cambio interior con el estructural, en estrecha interrelación o, de lo contrario, seguiremos corriendo como hamsters en una rueda.


Ya he aprendido todo
lo que necesitaba,
por lo que no aprendí
no sé lo que me falta.


Compartimento estanco
cada especialidad,
orejeras del sabio
que olvidó caminar.


Si pensar es inútil
e improductivo el sueño,
¿para qué preguntarse
qué acabaremos siendo?